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A importância de estruturar o voluntariado corporativo: da política aos procedimentos

Published 10/17/2025 by rferreira

Por Roseli Bianchi, Coordenadora de Projetos Sociais da Global Communities Brasil.

Em muitas organizações, o voluntariado corporativo é reconhecido como uma ação nobre, inspiradora e espontânea. Mas para que ele alcance todo o seu potencial de transformação social e organizacional, precisa ser tratado com a seriedade e a estrutura que merece.

Um Programa de Voluntariado Corporativo (PVC) consistente se sustenta em dois pilares fundamentais: a política e os procedimentos. Um complementa o outro. A política define o propósito e o alinhamento estratégico; os procedimentos mostram, na prática, como o programa funciona no dia a dia.

O papel da política: o “porquê” e o “o quê”

Mais do que um documento formal, a política de voluntariado é o alicerce que orienta as ações e conecta o programa aos valores institucionais. É ela que garante coerência, transparência e sustentabilidade ao longo do tempo — transformando o voluntariado em uma prática estruturada e de impacto mensurável.

Sem uma política clara, o voluntariado corre o risco de se fragmentar em ações pontuais, desconectadas da estratégia organizacional e vulneráveis à descontinuidade.

Mas afinal, o que uma política de voluntariado deve conter?
Alguns elementos são essenciais:

  • Propósito e alinhamento institucional – O que o programa busca alcançar e como se conecta à missão e aos valores da empresa.
  • Público-alvo e áreas de atuação – Quais causas e públicos serão apoiados.
  • Direitos e deveres dos voluntários – O que se espera dos colaboradores e quais responsabilidades assumem.
  • Reconhecimento e valorização – Formas de celebrar e incentivar o engajamento.
  • Governança e estrutura organizacional – Quem coordena, apoia e acompanha o programa.
  • Parcerias externas – Como o programa se articula com ONGs, instituições públicas e outras entidades.
  • Conceito de voluntariado – A definição formal, conforme a Lei nº 9.608/98.
  • Público participante e adesão – Quem pode participar e como se dá a inscrição.
  • Liberação em horário de expediente – Regras e limites para participação durante o trabalho.
  • Orientação e capacitação – Mecanismos de formação e canais de comunicação para preparar os voluntários.

Responder a essas perguntas é o primeiro passo para garantir que o programa seja ético, estratégico e sustentável.

E os procedimentos? O “como” do voluntariado corporativo

Se a política estabelece a base e o propósito, os procedimentos são o caminho que transforma intenções em prática. Eles trazem clareza e consistência, mostrando como tudo acontece na rotina da empresa — do cadastro à celebração dos resultados.

Sem esses processos, até a melhor política pode acabar esquecida na gaveta. Por isso, ao desenhar ou revisar um programa de voluntariado, é essencial pensar em como ele vai funcionar no dia a dia.

Veja alguns exemplos de procedimentos que fortalecem o programa:

  • Direitos e responsabilidades dos voluntários – Definir o que se espera e o que a empresa oferece em contrapartida, incluindo conduta ética e segurança.
  • Cadastro de participação – Criar um processo de inscrição que permita conhecer o perfil e os interesses dos colaboradores.
  • Autorização e abono de horas – Estabelecer critérios claros para liberação durante o expediente.
  • Apoio e suporte da empresa – Especificar transporte, alimentação, EPIs, materiais ou capacitações oferecidas.
  • Compras e reembolsos – Determinar fluxos para aquisição de insumos e reembolso de despesas.
  • Planejamento anual de atividades – Organizar as ações com antecedência e alinhar com campanhas sociais relevantes.
  • Elaboração de projetos pelos voluntários – Incentivar que colaboradores proponham e desenvolvam iniciativas próprias.
  • Gerenciamento de riscos – Prever medidas preventivas e protocolos de segurança.
  • Registro e métricas – Monitorar ações, número de voluntários, horas dedicadas e impacto social gerado.
  • Comunicação e reconhecimento – Divulgar oportunidades, compartilhar histórias e emitir certificados de participação.
  • Plano de desenvolvimento – Oferecer formações, mentorias e oportunidades de crescimento aos voluntários.

Esses processos não são sinônimos de burocracia — são sinônimos de cuidado. Garantem que o voluntariado seja uma experiência positiva, segura e transformadora para todos os envolvidos.

Na Global Communities Brasil, temos acompanhado muitas empresas nesse processo. Cada política e cada procedimento são construídos de forma colaborativa, respeitando a cultura organizacional e os objetivos sociais de cada instituição.

Quando bem definidos, esses elementos fortalecem o engajamento, evitam improvisos e asseguram consistência ao programa.

Estruturar é cuidar

Ter uma política e procedimentos bem estruturados é o que transforma boas intenções em resultados duradouros. É isso que faz com que o voluntariado corporativo aconteça todos os dias — de forma ética, inspiradora e sustentável.

E você, como tem estruturado o voluntariado na sua organização? Já passou por esse processo ou está começando a desenhar seu programa?

O voluntariado é, acima de tudo, sobre construir juntos.
Se quiser conhecer modelos de políticas e procedimentos ou conversar sobre como estruturar seu programa, fale com a gente!


Roseli Bianchi
Coordenadora de Projetos Sociais na Global Communities Brasil.

Especialista em Responsabilidade Social Corporativa, Educação Transformadora, Voluntariado Corporativo e Facilitação de Grupos.