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Superação pessoal: como podemos lidar com os tempos difíceis? Superação pessoal em tempos difíceis: quais os caminhos?

Published 09/03/2020 by Daiane Yara Martins

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​Como é possível se manter motivado e ativo em tempos difíceis? A pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19) agravou uma série de questões sociais e afetou os relacionamentos interpessoais.
 
Superar essas adversidades se tornou um grande desafio, não apenas para a realização do trabalho voluntário, mas também para o dia a dia das interações humanas.
 
Foi com o objetivo de refletir sobre todos esses aspectos que o “Ciclo de Conversas” convidou o facilitador de palestras motivacionais e superação pessoal, Raphael Winkelmann, para participar do quinto encontro, que aconteceu no dia 3 de setembro. O tema foi “superação pessoal em tempos difíceis”.  
 
O evento foi realizado de forma 100% online e reuniu também líderes e voluntários que atuam no programa Semeando o Futuro.

​Apoiado pela Global Communities, o objetivo do “Ciclo de Conversas” é discutir temas sobre os mais diferentes aspectos dos tempos de crise.

Para abrir o papo, Daniel fez questão de convidar a todos a mudar o foco dos pensamentos no tocante ao impacto geral trazido pela pandemia. “O cenário atual é desfavorável. As pessoas estão adoecendo, os empregos estão indo por água abaixo. As pessoas estão passando fome. Mas, estou aqui para colocar um pouco de ânimo no coração das pessoas”, reforça.

O que a pandemia nos trouxe de positivo?

“Todos nós tomamos um choque, mas foi preciso para percebemos que o mundo não irá durar para sempre. Somos frágeis perante a tudo”, argumenta o facilitador.

Como exemplo de superação, Daniel decidiu compartilhar um pouco de sua experiência nesses meses de isolamento social. “Sou uma pessoa muito ativa e, antes da pandemia, não estava nem mesmo parando para almoçar. Me cobrava demais sobre os meus afazeres. Mas, com o isolamento social, todos nós fomos obrigados a desacelerar. Isso foi muito bom para que eu repensasse as minhas decisões ao longo do meu dia”, analisa.

Todos nós estamos aprendendo algo?

Para responder a isso, a facilitador faz um questionamento. “Muita gente pensa que 2020 está sendo um ano perdido, mas será que não estamos resgatando coisas importantes?”, reflete.

“Passei a primeira semana de isolamento sem entender muito bem o que estava acontecendo. Na segunda semana, comecei a ligar para as pessoas que há muito tempo não conversava. Foi uma boa hora para desenvolver empatia”.

Raphael ressalta ainda um outro aprendizado alcançado. “ Entendemos que a vida não é tão comprida. Diante disso, devemos aproveitar para pensar no que podemos fazer de melhor pelo outro. Nos tornar melhores. Não está sendo um ano perdido, precisávamos disso como sociedade”, ele observa.

Para a coordenadora regional do Semeando o Futuro na cidade de Montenegro (RS), Naja Souza, a pandemia é um ótimo momento para construir um legado a partir do autoconhecimento. “Devemos pensar que sairemos melhores que entramos. Mesmo em situações difíceis, não devemos perder a motivação e, sim, manter as esperanças nas novas oportunidades que virão”, sugere.

O que é possível fazer para nos sentir melhor?

Segundo Daniel, o autoconhecimento é um dos caminhos. “Devemos pensar que temos apenas uma chance para resolver nossos problemas, nosso passado, e viver bem com o nosso presente. Precisamos aprender a nos amar, para amar o próximo. Todo mundo tem momentos de sofrimento, mas devemos entender a importância do perdão”, orienta.

E nesse momento de mudanças, como é possível acompanhá-las sem sofrer? “Devemos encarar esse é o momento como um estímulo à nossa criatividade para inovar”, explica o facilitar.

Como seguir em frente depois de uma situação difícil?

Para Daniel, o primeiro passo para fazer as pazes com o passado é evitar o ressentimento. “Todas as vezes que nos colocamos na posição de vítima, nós enfraquecemos. Lembrar de algo ruim, nos traz aquela mesma sensação ruim já vivida. Mas, se quisermos viver bem o presente, precisamos nos livrar dessas emoções”.

Ele dá ainda uma outra dica para auxiliar a discernir sobre nossas emoções. “Se pensamos demais no futuro, isso nos gera ansiedade. Se pensamos demais no passado, ficamos depressivos”, distingue.

Para facilitar na troca das emoções negativas pelas positivas, ele cita quatro dicas importantes:

1- Não se martirize; lembre-se de que você é protagonista de sua própria vida;
2 – Tire a palavra “não” das frases. Prefira sempre frases como “eu vou fazer isso”. Seja positivo para receber coisas positivas. Existem estudos da neurolinguística que comprovam isso;
3 – Se olhe no espelho e use frases de afirmação e auto-responsabilização;
4 – Tenha atitude positivas frente aos pensamentos ruins. Não pense nas coisas que você não quer. Se for difícil sair deste estado mental, faça coisas positivas.

Para Raphael, os quatro itens nos ajuda a manter a nossa saúde mental, mas ele dá uma última recomendação. “Coloque excelência em todas as atividades que são feitas ao longo do dia. Execute tudo de forma perfeita. Isso fará você encontrar coisas muito positivas”, ressalta.

Como os líderes comunitários estão se motivando?

Para Toni Anderson, líder comunitário no bairro Senai, em Montenegro (RS), a pandemia proporcionou uma ótima oportunidade para a adaptação às novas situações sociais. “Aqui no bairro não paramos. Todos tivemos que aderir à tecnologia. Sou um produtor cultural e trabalho com a cultura Hip Hop. Temos um projeto comunitário voluntário com vários tipos de oficina desde reforço escolar, à práticas de esporte. Em um grupo de costureiras em que eu participo, inovamos ao criar uma linha de produção de máscaras”, comenta o líder.

Para Graciela Santos, líder comunitária do bairro Fortaleza, também em Montenegro, a transformação da sociedade em momentos de dificuldade é possível quando as pessoas estão preparadas para se ajudarem mutuamente. “É importante alguém de fora dar ânimo para as pessoas, porque a nossa mente nos engana. Ela opera de acordo com nossa formação, a partir das experiências que tivemos. Devemos saber que o poder de cura está dentro de cada um de nós. É preciso sempre trabalhar na causa dos problemas”.

Fernanda Mello, coordenadora de Comunicação na Global Communities, lembra que o trabalho voluntário é como uma semente plantada que incentiva a comunidade a seguir em frente. “Os líderes não desistem diante das adversidades, mas sim, procuram alternativas. Eles entendem como cada um pode caminhar, afinal, o mesmo caminho ou as mesmas ferramentas não servirão para gerar os mesmos resultados em todos os locais. A cada dia, as comunidades nos ensinam algo novo”, reforça.

Compartilhando bons momentos e experiências

Naja Souza encerrou o ciclo de conversas animada com os resultados desta primeira experiência que mudou a forma de interação de todos.“Espero que essas palestras tenham gerado impactos positivos. Sentimos que esses momentos de troca nos agregam muito enquanto pessoas e cidadãos. Em nome da Global Communities agradeço o engajamento de todos. Foram momentos especiais, tivemos bons feedbacks. Nos reinventar vale a pena. A troca que tivemos foi compensadora”, finaliza.


Quem quiser assistir na íntegra a conversa, pode acessar a página do Facebook da Global Communities Brasil ou acessar este link.

Comunidade em ação

​A Global Communities, através do Programa Semeando o Futuro, incentiva o desenvolvimento comunitário colaborando com a construção de capacidades nas comunidades locais para que elas busquem as melhorias para as suas necessidades prioritárias através de práticas democráticas tornando-se autodeterminadas e desenvolvam sua autossuficiência comunitária.

Esta abordagem é trabalhada com as comunidades em etapas e estas por sua vez constroem a sua capacidade para controlar os bens comunitários e mobilizar recursos para resolver um determinado problema, bem como fortalece a flexibilidade e a união social.